terça-feira, 14 de outubro de 2008

Crônica

Ontem..

Em plena 23:15 fundiu u motô du buzão
e eu pensei "faiô!"
I nóis descemo dele i pegamo otro falando
"Vamo favelaaa"
I nóis subimo nesse buzão i si apertamo todo
eu tentando mi encaixá (entenda-se por 'eu': uma barriga enorme, uma mochila maior ainda e um livro de 1760 páginas)
di repente um homi pisa no meu pé (sempre acontece isso quando estou de meia fina)
daí eu olhei com cara de piedade pra uma muié
coisa de 5 minuto dispois ela se solidarizou co' a minha situação
i dispois nóis cheguemo im casa!


Nhaaa esse texto me lembrou um texto que me acompanhou acho que na 4ª série, (meu livro de português), é um pedaço da música Saudosa Maloca de João Gilberto (mó triste essa música):

Mas, um dia, "nóis" nem pode se "alembrá"
Veio os "home" co'as "ferramenta"
O dono "mandô derrubá"
"Peguemo" todas nossas coisa'
E "fomo" pro meio da rua
"Apreciá" a demolição
Que tristeza que "nóis sentia"
Cada "táuba" que caía
Doía no coração
Mato Grosso quis "gritá"
Mas em cima eu falei
Os "home" tá co'a razão
"Nóis arranja" outro "lugá"
Só se "conformemo"
Quando o Joca falou
"Deus dá o frio conforme o 'cobertô'"

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